A literatura moçambicana e angolana assumem lugar de destaque no intenso programa de debates que integra o 1º Congresso Internacional sobre a Hibridação nas Literaturas do Oceano Índico, esta semana em Barcelona.
O encontro, que decorre entre 23 e 25, conta com a presença, entre outros, dos escritores moçambicanos João Paulo Borges Coelho e Luís Carlos Patraquim, e de muitos investigadores e críticos literários lusófonos, francófonos e anglófonos.
Trata-se de um encontro organizado pelo grupo LITPOST e apoiado pelo Instituto Camões, que decorre na Faculdade de Letras da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) e no Centro de Cultural Contemporânea de Barcelona (CCCB).
Ao longo dos dois dias os participantes abordarão as várias facetas da hibridação na literatura, com especial destaque para obras moçambicanas e angolanas.
Ana Mafalda Leite (U. de Lisboa) analisará A hibridação como questionamento dos laços entre língua, literatura e identidade individual: novas geografias literárias, cabendo a Patraquim uma dissertação sobre a poesia moçambicana.
No campo da narrativa, Rita Chaves (Universidade de São Paulo) modera um debate com a participação de Fátima Mendonça (Universidade Eduardo Mondlane), que falará sobre estratégias narrativas e «modelos de heróis» na ficção narrativa de Ngugi wa Thiongo, Alex La Guma e João Paulo Borges Coelho.
Mia Couto e Luandino estão em foco da intervenção de Manuel Muanza (Universidade Agostinho Neto), no âmbito do papel da hibridação como ideologia.
De referir ainda a intervenção de Joana Passos (Universidade Minho) sobre a literatura indo-portuguesa e a de Olga Iglésias (Universidade Lusófona) sobre o escritor moçambicano Rui de Noronha.
Sobre o tema do género intervirão, entre outros, Rita Chaves - Do romance como género híbrido em Moçambique: escrita e impasses na contemporaneidade
- e Ana L. Teixeira (ISCTE), que estudou a hibridação nas obras de Orlando Mendes, Mia Couto e Paulina Chiziane.
Rebeca Hernández (Universidade de Salamanca) falará sobre as traduções da literatura moçambicana nos sistemas literários ocidentais e Sheila Khan (University of Trondheim, Noruega) sobre «as escritas desobedientes em Ascêncio de Freitas e João Paulo Borges Coelho, Guardadores de passados, des-colonizadores de futuros».
De referir ainda um estudo de Liazzat J. K. Bonate (UEMondlane) e de Eugeniusz Rzewuski (Universidade de Varsóvia) sobre as tradições Shirazi no norte de Moçambique e a intervenção de Borges Coelho sobre o Índico como lugar.
A poesia moçambicana e os cantares das ilhas de Moçambique, «pelas vozes dos poetas», são o tema de um debate em que participam Jessica Falconi (Università degli Studi di Napoli "L'Orientale") e Carmen Secco (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
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