lunes, 30 de marzo de 2009
Fernando Pessoa: Poesia não datada
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
20 - 9 - 1933
In Poesia 1931-1935 e não datada , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006
miércoles, 11 de marzo de 2009
Lectura de poemas de Luiza Neto Jorge en Cátedra de Estudos Portugueses de la USAL
Dentro del Ciclo de lecturas bilingues 2008/2009 , titulado "Do outro lado mar" correspondiente a los poetas portugueses del siglo XX, se dará lectura a poemas de Luiza Neto Jorge el 16 de Marzo a las 22:30 horas en la Cátedra de Estudos Portugueses de la Universidad de Salamanca.
Luiza Neto Jorge - {Lisboa, 1939 - Lisboa, 1989}
freqüentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas desistiu do curso e foi viver para Paris, onde permaneceu durante oito anos (1962-70). Ainda hoje é considerada a personalidade de maior destaque do grupo de poetas que se reuniu em torno de Poesia 61..
«As casas fluem de noite
sob a maré dos rios»
Consciência feminina da escrita e invenção de uma poesia crua em que o corpo da linguagem se confunde com o corpo do sujeito poético são alguns traços a destacar na sua escrita.
«Quebrou-se a cadeia do sangue
o filho que nos habitou
já se despediu»
Além de poetisa, desenvolveu intensa atividade no domínio da tradução na qual deixou uma obra inigualável, também escreveu para teatro e cinema.
«Há feridas cíclicas há violentos voos
dentro de câmaras de ar curvas
feridas que se pensam de noite
e rebentam pela manhã»
Revolucionária dos poemas como dizem alguns, sua expressão poética é arrebatadora, linguagem moldada com maestria fazendo nascer os mais lindos poemas, não só recomendo como acho essencial para quem gosta de poesia, conhecer a obra dessa grande mulher.
«no cais dos barcos pequenos de papel
somos irmãos de ninguém
ancorámos com amarras de dúvida»